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19 de jun. de 2009

Acho que é isso

Recordo-me como primeiro título comemorado aquele com o gol de Ronaldo e com o Morumbi lotado de rivales. Aquele nosso título expulsou o maior jogador rival daqueles tempos para o Rio de Janeiro.

Tinha eu 8 anos de idade. Confesso que o título de 76 não me é claro, apesar do brilhante Jorge Mendonça, mas títulos por sobre o maior rival são marcantes.

Depois veio a década de 80. Seca! Times ruins, promessas de títulos, e nada. Minha adolescência, mesmo vivendo longe da capital foi construída – em relação ao meu amor ao Palmeiras – à base da confiança e da decepção.

Perda do título nacional frente a um time do interior (Guarani), perda de um título paulista frente a um outro time do interior (Inter de Limeira), time medíocre sendo apontado como aquele que estouraria no campeonato seguinte. Éramos, sempre, apontados como “o time”. Nós, os torcedores, acreditando; afinal, o Palmeiras é o maior vencedor do século XX.

Abrindo aspas para fechá-las ao final da idéia, isso me lembra um período muito triste da história nacional. Sob os louros de um passado que para muitos fora glorioso planejávamos um futuro infinitamente mais vitorioso, mas para isso tínhamos que acreditar cegamente no futuro, pois esse seria o país do novo tempo. Bastaria que esperássemos o bolo crescer para que pudéssemos reparti-lo.

O bolo cresceu, mas não foi repartido; a decepção campeou, e a paciência se esgotou. As mudanças vieram e a democracia voltou. Não vieram mudanças através de traumas, de rupturas, mas – aos poucos, como sempre nesse país - as mudanças se instalaram. As mudanças vieram, apesar das turbulências, das reclamações, das greves, dos confrontos, dos mortos, dos feridos; da situação, da oposição... Somos uma democracia; há – queiram ou não – uma repartição daquele bolo, o mesmo que por anos esperamos por ser dividido, mas que parecia que nunca o seria. Fecha aspas.

Quanto ao Palmeiras, veio a gloriosa década de 90, e eu já próximo aos 30 anos. Títulos, vitórias... Parecia que nunca mais sairíamos do topo do Olimpo. O Palmeiras voltara a ser grande. Mas, o sonho acabou: segunda divisão, humilhação, bom e barato, ditadura... O fundo do poço.

Esse, o fundo do buraco, por incrível que pareça, cada dia estava mais longe. Quanto mais afundávamos, mais não avistávamos o fundo. E assim, mais uma década foi perdida, mais promessas, melhores times que nunca vieram...

Em 2008 rompe-se um ciclo de obscuridade; surge um grupo que nos promete o futuro, aliás, nos prometeram a volta a um passado de glórias, de títulos... Vitórias, alegrias! Tudo parecia caminhar para o despertar do gigante adormecido; o Palmeiras voltaria a ser grande, o Palestra despertaria finalmente.

Mas, como sempre, o sonho durou pouco. Novamente nos pedem paciência e querem que aceitemos planejamentos em longo prazo; nos empurram uma esquadra medíocre, agora comandadas por um comandante - que um dia foi excelente -, mas já não o é. Nos pedem paciência, onde nem o mais dos racionais acadêmicos a teria. Nos pedem, de novo, que esperemos - sei lá como – o bolo crescer, pois um dia seremos – quem sabe – com um pla-ne-ja-men-to (em estilo tucano) um grande time.

Eu, torcedor, não agüento mais esperar. Esperei demais, perdi décadas. Quero voltar a ser grande. Sei que aquilo que foi construído por meus avós e bisavós não merece esse destino. Não creio que devemos descer ao nível de times de colônia apenas; isso seria a morte.

Sem embargo, ficaria muito triste que copiássemos o modelo daqueles que nos invejam, nos odeiam, e tentam nos eliminar. Quero apenas que tenhamos a consciência que não podemos perder mais nenhum dia para a retomada de nossa caminhada à grandeza. Isso se faz com títulos e com grandes times; isso se faz com ousadia.

Ah! O que eu quero dizer com tudo isso? Fácil. Não me venham pedir paciência. Não me venham pedir quer eu espere um título no ano que vem. Nem me falem em pla-ne-ja-men-to (odeio tucanos). O que eu quero é título no campeonato que estou disputando; afinal sou apenas um torcedor. Por enquanto!

#FORALUXEMBURGO! (twitter)

___________________
Em tempo: Já que é para COPIAR o pla-ne-ja-men-to dos bambis demitam o treinador. Eles demitiram o deles.

#foraluxemburgo!

5 comentários:

  1. Sentimento verdadeiro de um torcedor de verdade.
    Grande texto,não retiro uma virgula sequer do seu texto.

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  2. Depois de anos de ditadura do Fidel Mustafá Chaves e seus "companheiros" feudais (ditador sem companheiros feudais não existe) seria delírio romântico esperar em um ano de mandato algo muito melhor do que temos hoje.
    O que quero como torcedor é o mesmo que quero como cidadão, dignidade, austeridade, avanço e conquistas.
    Não acredito em heróis e muito menos em revolução, nem me fale em re-vo-lu-ção, detesto falsos petistas, afinal os verdadeiros foram expulsos não é Heloisa Helena?
    O futebol esta inserido no mundo real e o mundo real feliz ou infelizmente é capitalista, é inocência juvenil imaginar que sem planejamento possamos ser competitivos, lembrando dos nostálgicos anos 70, onde os times mudavam pouco de um ano para outro, podemos entender que a realidade é bem outra.
    Acredito, como torcedor, na integridade do professor Belluzzo, culto, honesto e antenado com seu tempo, sem estar com o rabo preso com "companheiros" acho que até o término de seu mandato (não suporto reeleição) conseguirá nos trazer progresso e conquistas da forma que a realidade exige com projeto e planejamento.
    Já, como cidadão, assisto perplexo durante esses quase intermináveis longos 8 anos um tucano travestido de petista, ou o contrário, misturando o pior de um com o pior do outro...sorte do Palmeiras, o inferno sempre pode ser pior.

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  3. Natan, começemos por aquilo que em relação ao Palmeiras é o menos importante. Então vamos lá:

    1) o que são verdadeiros petistas? Pois, se vc não acredita em revoluções deveria detestar os verdadeiros petistas, já que os falsos são aqueles que não areditam nela.

    2) Misturar o pior dos tucanos com o pior do petismo quer dizer então, para vc, 16 anos, né? Ou vc se esqueceu que FFHH veio antes do Lula?

    Já sobre o Palmeiras é o seguinte:

    1) Eu não disse que pla-ne-ja-men-to é precindível. O que eu disse é que eu, como torcedor, quero é resultados. Só não me venham pedir paciência, pois isso eu estou ouvindo há anos.

    2) Não tenho dúvida que Belluzzo é um cara íntegro, culto, honesto e antenado com o seu tempo, mas - meu caro - todos esses atributos não representam resultados, o que em última análise, foi exatamente o que eu pedi em meu post. Quanto a eles, esses atributos, eu os saúdo, mas não bastam, pois se ao final do mandato não vierem títulos tenha certeza que serão todos eles esquecidos ao primeiro título que vier, esteja quem estiver à frente do clube.

    É assim que funciona, afinal, como você mesmo disse: 'o futebol está inserido no mundo real', e digo eu, o mundo real funciona assim. Para o bem e para o mal.

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  4. Gostei do texto, eu estou de acorod. Chega, agora queremos é resultado.
    abraço!!!!

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