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10 de fev. de 2008

Kfuro e Denilson

Não sei se Denílson será útil ou não ao Palmeiras. Aliás, nunca fui fã do futebol do meia/atacante. Sempre o achei pouco produtivo, apesar de muito habilidoso.

Como nunca fui do time daqueles que acham que futebol é apenas espetáculo e habilidade, e me associo àqueles que acreditam que marcação, objetividade, times compactos e conjunto é o que ganha jogo, e ganhar jogo e campeonatos é o que importa, tendo a acreditar que poderá Denílson, vez ou outra, no decorrer de uma partida, através de uma jogada individual, decidir um jogo. Pouco para um time que necessita urgentemente ganhar títulos e aplacar a sede de vitórias de sua imensa e exigente torcida. Mas, dou ao jogador o benefício da dúvida.

Tudo isso, porém, fica no campo das especulações, pois Denílson – que um dia (tempos remotos) já foi chamado de craque e já foi a maior transação comercial do futebol brasileiro é uma imensa incógnita. Somente o tempo dirá se foi uma boa ou não. Igual a Dagoberto (que nunca foi) e a Adriano (que não está sendo).

Mas, o que importa aqui é fazer uma pequena análise de como as coisas são tratadas nos meios de comunicação, mais especificamente como são tratadas as coisas pelos ‘três porquinhos’, Kfuri, Paulinho e Birner.

Aliás, mais do que analisar, vou reproduzir alguns trechos do que disseram os arautos da moralidade e pseudo-jornalistas, à época das contratações de Adriano e de Denílson, a primeira pelo SPFW, aquele que – segundo 'los cerditos' - planeja, pensa a longo prazo e é exemplo de modernidade, e pelo Palmeiras, o lado oposto da moeda.

Como o texto se tornará longo e enfadonho o dividirei em partes. A primeira publicarei hoje, as outras em data ainda não definida, pois além das aulas começarem amanhã, há uma dívida não paga, um trabalho de conclusão de semestre sobre globalização e futebol, que tenho que resolver em dois dias. Então, se demorar me perdoem, mas prometo – em breve – continuar com o mesmo tópico.

Juca Kfuro ‘Aidar’

Comecemos então por Kfuro. Sobre Denílson ele escreve em seu Blog, sob o título “Era só o que faltava”, as seguintes considerações: “Sétimo contratado pelo Palmeiras em 2008.” (...) “Para o time de futebol, bem entendido, e não para o Periquitos em Revista” (...) “Sete, como se sabe, é conta de mentiroso” (...) “eles é que estão certos e o mundo errado.

Fora o fato do texto ser ruim e (não é ao, é e mesmo) tentar ser irônico, mais uma vez o cronista usa de sofisma para reforçar suas crenças e faz seus leitores aceitarem à força o fato da instituição Palmeiras mentir (o Diretor de Marketing do Palmeiras é mentiroso, logo a diretoria do Palmeiras é mentirosa e o Palmeiras mente), ele não dá o benefício da dúvida ao Denílson, pois já vai dando de barato que o jogador é uma enganação e como outros (no texto ele cita vários exemplos, como Roger e Gustavo Néri) será uma mentira.

Essa dúvida ele não teve ao escrever sobre a contratação de Adriano pelo São Paulo. Vejamos o que escreveu Kfuro sobre ‘o imperador’.

Já no título há uma exaltação ao time de coração de sua família (Aidar): “Adriano no São Paulo! Elementar!” Assim mesmo, com duplo sinal de exclamação. Mais adiante verão o porquê da empolgação.

No texto vejam o que diz – dentre outras coisas – Kfuro Aidar, sempre na linha de que Adriano (que se não me engano, nunca foi nada além de uma promessa e que há algum tempo é mais problema que solução) é ‘o cara’, e o SPFW – por conseqüência – é ‘o time’: “qual é o time favorito para ser campeão paulista, brasileiro e da Libertadores?” Viram a pergunta retórica? Aí vai então a resposta no mesmo estilo: “... É aquele que não só já está pronto, que manteve o técnico, que perdeu Breno mas trouxe Juninho e que, agora, conta com o Imperador.

Nem tocarei no tema da incoerência. No fato de Breno não poder ser substituído à altura por Juninho, pois eles mesmos (os jornalistas) elegeram o primeiro como o maior zagueiro brasileiro dos últimos tempos e a revelação do último campeonato brasileiro.

Mas, vamos à (in)coerência. Vamos continuar com aquilo que interessa.

Logo depois, à maneira dos bons manuais de redação, o cronista deixará uma ponta de dúvida, assim se não der certo poderá futuramente dizer que ele também duvidou da contratação à época: “... Sim, Adriano é uma aposta (como Acosta), mas uma aposta que ficará dentro do padrão salarial do clube e inferior, por exemplo, ao que se paga a Rogério Ceni...” [grifo original]

Essa ponta de dúvida, pelos motivos já expostos, não nos cega e enxergamos o (ex)implícito, sua boa vontade com o SPFW. Estou de marcação? Então vejam o que foi escrito nos dois parágrafos seguintes, o primeiro com mais uma pergunta retórica e, lógico, a resposta arrebatadora.

A pergunta: “... E por que Adriano escolheu o São Paulo, não o Santos, o Palmeiras, o Flamengo etc?, a resposta: “...Não só porque o tricolor é o clube brasileiro com mais títulos internacionais, mas, também, porque é o clube que tem o melhor centro de recuperação de atletas etc e tal...” Mas, não bastou, afinal eram duas exclamações, elas precisavam ser justificadas, precisava continuar, e ele continuou: “...Coisas que não se fazem da noite por dia” (...) “Coisas que botam o São Paulo anos adiante dos demais...

É boa vontade ou não? Por acaso alguém já viu Kfuro falando sobre o centro de recuperação de atletas do Palmeiras? Claro que não. Quando fala do Palmeiras Kfuro vai atrás de atas vazadas pela oposição 'mustafasiana', da contratação do 'ultrapassado' Luxemburgo, do corrupto do J. Hawilla, da suspeitíssima Wtorre. Nem o Filé escapa. Aliás, mesmo tendo recuperado Ronaldo (o fenômeno) ele é do mal, pois é do ‘time’ de Luxemburgo, que é do time de J. Hawilla, que é do time de R. Teixeira...

Mas, continuemos com Kfuro.

Logo depois, mais uma pontinha de dúvida. Acho que neste ponto, depois de escrever muito e refletir pouco, pairou um medo terrível de cometer um erro (neste caso sem o benefício da fonte) e nosso colunista/jornalista (ou vice-versa) lança mão de um exemplo de 22 anos atrás para mostrar que Adriano pode não dar certo: “...E desnecessário será dizer que favoritismo não significa barbada e nem que o Imperador de Milão dará certo como, em 1985, não deu com o Rei de Roma, Paulo Roberto Falcão...” Elementar, meu caro!

Feito o mea culpa a priori vamos ao encerramento do texto, com mais duas exaltações ao time do coração da família Aidar, primeiramente ao vaticínio da saga vencedora de um time que só faz acertar em seu ‘planejamento’: “... Mas a probabilidade de dar é enorme...” Depois, mais uma exaltação e a explicação do porque o SPFW é tão ‘cool’: “...sem gastar nada além do que cabe em seu orçamento..." [grifo original], e lá vai o arremate, que por falta de adjetivos (no meu caso) e de substância (no caso do cronista), apenas vou reproduzir, sem comentar: “...o São Paulo já fez a melhor contratação da temporada.

Mas, dirá o leitor: você reproduziu o texto todo. Claro, o texto todo é uma ode ao SPFW, seu planejamento e trajetória vencedora. Uma composição poética, não só ao SPFW, mas ao imperador, aquele que renascerá, feito a Fênix, das cinzas. Então, precisou ser reproduzido na íntegra. Ao contrário do texto(?) sobre Denílson que era curto e ruim, esse é rico em incoerências e pérolas (neste caso, não aquelas que nascem nas ostras e devem ser dadas aos porcos, ou aos burros).

Vamos, brevemente, a algumas perguntas:

Por que, o cronista não cita que o contrato com o Denílson é diferenciado (no caso do Adriano ele falou de gasto e orçamento), o chamado contrato por produtividade? Aliás, se há algo de moderno e planejado nestas duas histórias é isso.

Se o próprio cronista tem dúvidas sobre se Adriano ‘dará certo’ no SPFW por que ele afirma que é a melhor contratação da temporada?

Por que um time que contrata um jogador por seis meses é exemplo de planejamento? Lembram-se do caso do Ricardo Oliveira que não disputou uma final de libertadores porque o contrato venceu um dia antes da final?

Por que, no caso de Denílson, não há o benefício da dúvida, como para Adriano e o SPFW, por parte do Kfuro?

É paranóia minha (sua, nossa...) ou o cara pelos seus laços familiares (ou por outras ‘cositas más’), tem uma boa vontade, uma parcimônia, uma paixão enrustida, pelo time do Jardim Leonor?

Aguardem a comparação sobre o que escreveram Paulinho e Birner sobre os mesmos assuntos. Se bem que dará menos trabalho, pois o mentor, padrinho e fonte de inspiração é o Kfuri.

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Texto sobre Adriano publicado por Kfuro em 19/12 - Dois dias depois Kfuro reproduziria uma entrevista com J. Hawilla dizendo que ele investiria também no Santos. Elementar!

Texto sobre Denílson publicado por Kfuro em 08/02 - Vamos ver o que se falará amanhã sobre a expulsão do Adriano, porque hoje há somente uma referência sobre isso Blog do Kfuro: “...para ser expulso também [Adriano], em seguida, por dar uma cabeçada em Domingos.” Desconfio que nada.

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Ah! E o jogo de ontem? Perguntará o leitor. Ganhamos, retomamos a trajetória de vitórias. O Marcão voltando com tudo. O A. Mineiro fazendo o que dele se espera. O Léo Lima sendo útil para calar a boca da imprensa. O Henrique se mostrando um grande zagueiro. O Lenny entrando bem. O Diego Souza ainda fora de ritmo. Mas, ganhando, o que é importante. É só isso, e a partir de agora as vitórias se tornarão rotina. Pode escrever.

2 comentários:

Caro Palmeirense, aqui você pode fazer seu comentário. Como bom Palmeirense CORNETE!!!

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